venho por meio desta divulgar o blog de meu amigo Marcelo Guimarães, amante de música e um bon vivan dos circuitos suburbanos de cultura. O seu blog, ainda aquecendo, está no ar e prometendo. Acesse: suburbiando.blogspot.com e confira!
Até, Marcos.
Pode entrar. A casa é sua. Participe, faça a diferença!
ode ao subúrbio
da origem da palavra subúrbio
temos a sub urbe romana
aquela área que fica sob o controle da urbe
mas o que é a urbe?
senão, o centro da vida urbana na antiguidade
e o centro de negócios de hoje
a sub urbe existe então em relação ao centro
é a cidade além do centro
é aquilo que está na periferia do centro
tal sentido é representativo do subúrbio carioca
pois estamos na periferia do centro
já que o povo dessa área cresceu ao longo das linhas férreas
se nutriu das viagens feitas tropegamente ao centro
se queixou dos problemas e do esquecimento
mas em nosso caso o subúrbio não é apenas extensão
é também distinção
subúrbio é uma conceituação
morar no subúrbio é morar longe
é o lugar que não é lugar
daqueles que não vivem por lá
pois é estar onde a cidade não está
onde a cada estação fica-se mais distante da civilização
é a morada de gente de brio e valor
que se aperta sem reclamar
ora, se fosse só extensão
não seria a Barra, outro subúrbio?
ou a Lagoa, um subúrbio de então?
creio ser o subúrbio uma distorção
o lugar nascido para se tornar reação
mas tão acanhado em suas pretensões
que só tem em sua vida pulsante a ilusão
de ser algo que desde seu nascimento foi sua negação
Se a natureza produziu uma coisa menos suscetível de propriedade exclusiva que todas as outras, essa coisa é ação do poder de pensar que chamamos de idéia, que um indivíduo pode possuir com exclusividade apenas se mantém para si mesmo. Mas, no momento em que divulga, ela é forçosamente possuída por todo mundo e aquele que a recebe não consegue se desembaraçar dela. Seu caráter peculiar também é que ninguém a possui de menos, porque todos os outros a possuem integralmente. Aquele que recebe uma idéia de mim, recebe instrução para si sem que haja diminuição da minha, da mesma forma que quem acende um lampião no meu, recebe luz sem que a minha seja apagada.