terça-feira, 30 de setembro de 2008

Encerramento da enquete

Bom dia, caros.
Com o encerramento de mais uma enquete, a qual contou com os votos de 42 visitantes do Minerva Mutante, pudemos perceber que há uma importante concentração de visitantes das áreas de Ciências Sociais (38%), Meio ambiente (28%) e Educação (23%), além de um pequeno número de visitantes interessados em tecnologia e informação (16%). Entretanto, revelou-se supreendente o número de pessoas interessadas em outros temas (30%). O que nos deixou curioso em saber o que vocês gostariam que também fosse adicionado aqui e quais seriam as outras áreas de interesse de vocês. Se for possível, use o espaço de comentários abaixo para se expressar. Sua participação é fundamental para o aprimoramento desse blog. Desde já, receba o agradecimento da equipe Minerva Mutante.
Um forte abraço e até a próxima!

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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Eleições 2008 - Candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro

No dia 5 de outubro teremos eleições para prefeito e vereadores. Vcs já sabem em quem votar?
Para facilitar a vida de todos, o Minerva Mutante, está divulgando os sites com os programas e propostas de governo dos candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. Cada site possui também a prestação de contas do respectivo candidato. A maioria dos programas está em versão resumida, exceto o do candidato Crivella (PRB) que só encontrei na versão completa.
Algumas notas são interessantes:
* Impressionante como os candidatos já aderiram aos meios modernos de comunicação: youtube, orkut, podcast, ringtone etc.
**Depois de uma busca no google o site dos candidatos Filipe Pereira do PSC, Antônio Carlos Silva do PCO e do candidato Eduardo Serra do PCB não foram encontrados.
***No site do candidato Vinícius Cordeiro do PTdoB não foi encontrado o programa de governo. ****Nos sites dos partidos há uma grande quantidade de informação sobre o direcionamento político, ideológico, filosófico etc., inclusive com alguma informação sobre os candidatos. *****Como dica: o site: http://www.sidneyrezende.com/editoria/eleicoes2008 possui um resumo da história de cada candidato. Vale a pena dar uma olhada, principalmente para quem ficou com preguiça de ler cada uma das propostas abaixo.
Seguem os links:
Outros links úteis:
1- Ficha dos parlamentares do Brasil:

http://www.transparencia.org.br/index.html

2- Declaração de bens, escolaridade e ocupação dos candidatos a prefeito e vereador:

http://www3.tse.gov.br/sadEleicaoDivulgaCand2008/comuns/layout/framesetPrincipal.jsp?siglaUFSelecionada=RJ

ou

http://www.tre-rj.gov.br/ - clicar em "eleições 2008" e "divulgação de candidatura (lista de prefeitos e vereadores)"
Com a ajuda de Victor Barone.
Até, Ruler!

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Jornal Extra não circula na baixada

RIO - O presidente em exercício do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), desembargador Alberto Motta Moraes, repudiou em nota oficial o fato de o jornal Extra com a manchete ' Deputados em campanha mentem para ganhar salário de R$ 13 mil ' não ter chegado à maioria das bancas da Baixada Fluminense neste domingo ( clique aqui e entenda o caso ).
"O TRE repudia com veemência essa ação, que nos parece claramente um golpe de natureza eleitoral. A compra de grande quantidade de exemplares numa mesma região tem todos os indícios de uma tentativa de impedir que informações chegassem a uma parcela do eleitorado. Igualmente graves são as denúncias de que jornaleiros foram coagidos a vender todo o estoque, o que só fortalece a hipótese de se negar à população informações que lhe ajudasse a decidir o voto de forma livre e consciente."
Neste domingo mesmo, através de seu departamento jurídico, a Infoglobo, empresa que edita o jornal Extra, recorreu ao TRE. Além de registrar o fato, fez uma petição ao juiz de plantão, Luiz Melo Serra, para que requisitasse uma força policial visando garantir o trabalho de distribuição e de circulação do jornal na Baixada Fluminense.
Associações de jornais e jornalistas acharam a manobra uma afronta à liberdade de informação.
- É preciso que haja um repúdio rigoroso da sociedade contra esse ato, inclusive do parte do presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani - disse Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Homens armados tentam impedir circulação
A segunda edição de domingo do Extra, com a manchete ' Deputados em campanha mentem para garantir salário de R$ 13 mil ', não chegou à maioria das bancas da Baixada Fluminense. Um grupo de homens, entre eles alguns armados, comprou cerca de 30 mil exemplares antecipadamente no centro de distribuição de Belford Roxo, impedindo que os jornais chegassem aos leitores. O mesmo grupo ainda percorreu bancas de São João de Meriti e de municípios vizinhos para checar se havia algum exemplar disponível.
Alguns jornaleiros que se negaram a vender o Extra acabaram cedendo depois de sofrerem ameaças. Com medo de represálias, nenhum deles registrou queixa na polícia.
Por volta das 2h de domingo, homens ocupando um Vectra e um caminhão, estiveram na sede do jornal, na Rua Marquês Pombal, com o mesmo objetivo: comprar antecipadamente exemplares do EXTRA. O chefe do grupo, que se identificou como coronel do Corpo de Bombeiros, disse que o objetivo era adquirir 10 mil exemplares, mas acabaram levando apenas 850, comprados com distribuidores na porta da sede do jornal.
Levantamento parcial da venda de jornais de domingo, feito pela Inflglobo, empresa que edita o Extra, indica que o problema se concentrou em São João do Meriti.
A reportagem relacionada à manchete denunciou que os candidatos Marcelo Simão (PHS), Rodrigo Neves (PT) e Alessandro Calazans (PMN), todos deputados, faltaram a sessões da Alerj e inventaram compromissos para ter as faltas abonadas e garantir o salário integral de R$ 13 mil. Marcelo Simão é candidato a prefeito em São João de Meriti; Rodrigo Neves, em Niterói; e Alessandro Calazans, em Nilópolis.

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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A espacialidade dos quadrinhos

A espacialidade das histórias em quadrinhos: uma interpretação da teoria de Milton Santos acerca do sistema de objetos e do sistema de ação.

Marcos Paulo Ferreira de Góis
marcosruler@gmail.com


Este breve ensaio refere-se a um exercício de interpretação livre dos pressupostos teóricos para a geografia enunciados por Milton Santos em seu livro basilar A Natureza do Espaço (1996). O presente refere-se a um capítulo em particular de seu livro, justo aquele no qual o autor tenta estabelecer uma definição do que, afinal, trataria a ciência geográfica, a partir da demarcação do objeto de interesse dos geógrafos: o espaço. Milton Santos propõe que a geografia “cabe estudar o conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ação que formam o espaço” (p.62), ocorre que esse estudo deve compreender a dimensão dialógica entre os dois sistemas, sua interação e influências mútuas. Obviamente, o autor faz alusão a relações sociais mais óbvias que possuem uma dimensão espacial mais evidente, porque percorrida por certo grau de materialidade.

O que se propõe neste ensaio é adaptar os pressupostos basilares da ciência geográfica enunciados por Milton Santos à forma de expressão gráfica popularmente chamada de quadrinhos. Antes, faz-se necessário discorrer sobre o que é um sistema de objetos e o que é um sistema de ação, em separado, para posteriormente reuní-los em torno de um método geográfico eficiente. Isto se dará com a injunção de exemplos oriundos do universo quadrinhográfico.

Primeiramente, um objeto seria aquilo “que o homem utiliza em sua vida cotidiana, ultrapassa o quadro doméstico e, aparecendo como utensílio, também constitui um símbolo, um signo” (p.66). O que representa um objeto é bem mais que a sua simples existência, enquanto materialidade. Este precisa que lhe seja emprestada uma função e que lhe seja empregada uma ação para que se constitua enquanto parte de um sistema propriamente dito. A cada época novos modelos são criados, o que influencia diretamente nas funções e nas ações empreendidas sobre os objetos, assim como, no aspecto significacional que são atribuídos aos objetos.

Em histórias em quadrinhos há uma grande variedade de objetos figurados em cenas seqüenciadas. Estes objetos não estão colocados lá de forma arbitrária, pelo contrário, eles se constituem enquanto formas de comunicação que representam os conceitos construídos pelos seres humanos. O que formalmente não poderia se alegar é que a afirmativa possa ser generalizada, pois tantos são os estilos quanto são as possibilidades de representar o real em histórias em quadrinhos. Apenas em um quadro geral afirmaría-se que há nos objetos desenhados em seqüências sobre o papel cru uma dimensão espacial fundadora ao prenunciar suas funções e insinuar comportamentos.

A ação, preconizava Milton Santos, está “subordinada a normas, escritas ou não, formais ou informais e a realização do propósito reclama sempre um gasto de energia” (p.78). Essas ações precedem de algum planejamento, salvo, entretanto, que freqüentemente não há uma clareza em nossas ações, reveladas pelos impulsos para agir. “A ação é o próprio do homem. Só homem tem ação, porque só ele tem objetivo, finalidade. A natureza não tem ação porque ela é cega, não tem futuro” (p.82). As ações estão pautadas na observância do contexto social, nos limites e possibilidades que são postas à disposição dos atores sociais, veículos da ação. Mas são as “ações que, em última análise, definem os objetos, dando-lhes um sentido” (p.86) e não o contrário, mesmo que alguns objetos já “nasçam” com funções determinadas, eles só poderão exercer suas funções se houver uma ação e um veículo da ação.

A interação constante entre objeto e ação constrói a dinâmica espacial da sociedade. De maneira similar, nas histórias em quadrinhos as ações são proporcionadas pelas escolhas estratégicas, mais ou menos planejadas, dos personagens (atores – veículos da ação) sobre algum substrato referencial. Esse substrato é fruto dos inter-relacionamentos entre objetos e ações dotados de alguma intencionalidade.

Não haveria melhor exemplo nas histórias em quadrinhos do que o Homem-Aranha. Seu personagem principal, um ser humano dotado de poderes fantásticos adquiridos através de uma picada de uma aranha geneticamente modificada, possui as qualidades de uma aranha em um corpo de adolescente comum. Suas capacidades são elevadas, podendo escalar paredes, saltar entre prédios e se deslocar através da cidade com a seda de suas teias. Aliás, há que se demarcar que seus feitos aparentemente extraordinários estão inseridos, na realidade, em contextos ordinários. Antes de tudo porque suas ações estão inscritas nas possibilidades de atuar sobre o substrato referencial. Se este substrato é a cidade, como no caso do Homem-Aranha, ela deve se constituir de objetos que sejam suficientemente simbólicos para os leitores, na medida em que eles possam decifrar em qual cenário a história se desenvolve. Mas esta mesma cidade é constituída de ações que trazem sentido a existência (presença) desses objetos. A cidade de Nova Iorque do Homem-Aranha é a mesma de Peter Parker, sua auto-imagem de cidadão comum. A cidade de Peter Parker é a cidade comum, do cotidiano dos homens comuns, das relações típicas de grandes cidades. As ações e os objetos são figurações capazes de gerar nos leitores certa capacidade de identificação (prédios altos, veículos particulares, pessoas de terno etc.). O que se admite que gere a possibilidade de as histórias serem “percorridas” com entusiasmo. Por outro lado, a mesma cidade possuiria contornos diferentes a partir da inserção de uma outra lógica, a do ser fantástico. Isto gera uma perguntar fundamental: qual seria a importância dos poderes de Homem-Aranha fora do contexto social de uma grande cidade como Nova Iorque? talvez não haveria importância nenhuma, afinal. Stan Lee, autor das histórias de Homem-Aranha, intencionalmente produziu um quadrinho em que o personagem encontra-se “preso” a realidade de seu cenário. Os poderes de Homem-Aranha somente são de alguma valia na luta contra seus inimigos porque estes se concentram em ações na cidade grande, ou ainda, na metrópole. Na mesma metrópole que concentra problemas de ordem mundial.

Ao voltar a Milton Santos revela-se, cabalmente, essa relação fundamental entre espaço e sociedade: “Há, em cada momento, uma relação entre o valor da ação e o valor do lugar onde ela se realiza; sem isso, todos os lugares teriam o mesmo valor de uso e o mesmo valor de troca, valores que não seriam afetados pelo movimento da história” (p.86). Não há dúvidas que essa acertiva se dirigisse a relações sociais do “mundo real”, mas creio ter demonstrado que a dimensão espacial da sociedade, construída através do diálogo entre sistema de objetos e de sistema de ação, possui um alcance tão elevado que poderia até mesmo se admitir que essa dimensão recobre não somente a materialidade da vida como também os processos de criação do imaginário social.

REFERÊNCIAS
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2008.

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terça-feira, 23 de setembro de 2008

Conhecendo Grandes Pensadores - Karl Marx

Em mais um capítulo da nossa série Conhecendo Grandes Pensadores, apresentamos o filósofo alemão Karl Marx!

Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.
Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista.
Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.
Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.
Entre os primeiros trabalhos de Marx, foi antigamente considerado como o mais importante o artigo Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel, em 1844, primeiro esboço da interpretação materialista da dialética hegeliana. Só em 1932 foram descobertos e editados em Moscou os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixa-os inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do homem; sobre a compatibilidade ou não deste humanismo com o marxismo posterior, a discussão não está encerrada. Em 1888 publicou Engels as Teses sobre Feuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificaria.
Marx e Engels escreveram juntos em 1845 A Sagrada Família, contra o hegeliano Bruno Bauer e seus irmãos. Também foi obra comum A Ideologia alemã (1845-46), que por motivo de censura não pôde ser publicada (edição completa só em 1932); é a exposição da filosofia marxista. Marx sozinho escreveu A Miséria da Filosofia (1847), a polêmica veemente contra o anarquista francês Proudhon. A última obra comum de Marx e Engels foi em 1847 O Manifesto Comunista, breve resumo do materialismo histórico e apelo à revolução.
O 18 Brumário de Luís Bonaparte foi publicado em 1852 em jornais e em 1869 como livro. É a primeira interpretação de um acontecimento histórico no caso o golpe de Estado de Napoleão III, pela teoria do materialismo histórico. Entre os escritos seguintes de Marx Sobre a crítica da economia política em 1859 é, embora breve, também uma crítica da civilização moderna, escrito de transição entre o manuscrito de 1844 e as obras posteriores. A significação dessa posição só foi esclarecida pela publicação (em Moscou, 1939-41, e em Berlim, 1953) de mais uma obra inédita: Esboço de crítica da economia política, escritos em Londres entre 1851 e 1858 e depois deixados sem acabamento final.
Em 1867 publicou Marx o primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital. É um livro principalmente econômico, resultado dos estudos no British Museum, tratando da teoria do valor, da mais-valia, da acumulação do capital etc. Marx reuniu documentação imensa para continuar esse volume, mas não chegou a publicá-lo. Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels, em 1885 e em 1894. Outros textos foram publicados por Karl Kautsky como volume IV (1904-10).

Fonte: Cultura Brasil [http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm]











A Ideologia Alemã









Introdução Crítica da Filosofia do Direito de Hegel









O Capital. Vol.1









O Capital. Vol.2









Manifesto do Partido Comunista - link externo









Lembre-se: Procure adquirir os originais, divulgue os links e faça sempre referência aos autores e livros citados. Boa leitura! Até, Ruler!

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domingo, 21 de setembro de 2008

Prostituição no Rio: A ordem do possível

Publicada em 06/08/2008 às 13h15m

Victor Barone

A notícia de que o subsecretário estadual de governo Rodrigo Bethlem vai passar a fotografar os veículos de quem procurar pelos serviços de prostitutas e travestis na orla da Barra da Tijuca, demonstra assustadora ignorância e despreparo das autoridades em lidar com o problema da prostituição de rua.
Vista como um "incômodo" pelo subsecretário estadual de governo, entidades ligadas ao turismo e Câmara Comunitária da Barra, a prostituição de rua na Barra da Tijuca é fruto do próprio estilo de vida do bairro. Confinados em shoppings centers e condomínios fechados os moradores da Barra agora pagam o preço por viverem auto-segregados em grandes bolhas.
A inauguração de sete grandes shoppings de 1995 a 2000, mais de um por ano, prejudicou bares, restaurantes e boates da Avenida Lúcio Costa que fecharam suas portas. Soma-se a isso, a baixa capacidade empreendedora dos proprietários de quiosques da orla da praia que fecham seus negócios durante à noite. O resultado é a decadência da vida noturna da Avenida Lúcio Costa após as 20 horas. Cenário este, que aliado a outros fatores, criou condições perfeitas para a gênese e o desenvolvimento da prostituição de rua na Barra da Tijuca.
A erradicação de pontos de prostituição de rua só funciona durante o seu processo de gênese que no caso da Barra da Tijuca foi há quase uma década, em 1999, quando um pequeno grupo de mulheres começou a se prostituir na Praça Professor José Bernardino no Jardim Oceânico.
A organização da prostituição de rua consiste em pontos que se originam a partir de um território matriz, normalmente o primeiro ponto de prostituição do bairro. O território matriz se forma quando a atividade passa a ser reconhecida pelos clientes e começa a atrair novos profissionais do sexo para atender à crescente demanda. O grupo de prostitutas pioneiras na área passa então a estabelecer regras para controlar e expulsar a concorrência. Desta forma, as recém chegadas são repelidas pelas que estão a mais tempo no local e se deslocam para áreas próximas formando novos pontos de prostituição. Estes, a partir do momento em que se fixam como novos territórios, adotam regras de controle e passam a repelir novas prostitutas ou travestis, que seguem adiante reproduzindo a mesma lógica. É por essa razão que a prostituição de rua resiste em Copacabana e em casos como o da Lapa, mesmo após a sua revitalização e ao aumento no fluxo de pessoas durante à noite.
Em 2004, segundo uma série de estudos realizados na Barra da Tijuca, já havia cerca de 100 prostitutas e 18 travestis, trabalhando em diferentes dias e horários, das imediações da Avenida Érico Veríssimo até o Posto 8 da Avenida Lúcio Costa. Somados, estas prostitutas e travestis ganharam, somente naquele ano, R$ 2.340.666,30 através de 58.850 programas. Com pouca escolaridade e filhos para criar, essas mulheres ganhavam em média R$ 1.772,72 por mês, se prostituindo nas ruas do bairro.
É evidente que, numa época em que as vagas no emprego formal estão cada vez mais escassas, empurrando um contingente cada vez maior de pessoas para o mercado informal, a prostituição há muito se tornou uma alternativa atraente para essas mulheres e travestis que, em sua maioria, residem em localidades pobres da Baixada de Jacarepaguá e na Rocinha.
Políticas de repressão, como fotografar clientes, além infringir o direito constitucional à imagem, o que pode custar caro aos cofres do estado com processos judiciais, são um erro gravíssimo. Quando medidas repressoras são adotadas, parte das prostitutas e travestis da área afetada, migra para outras ruas ou bairros originado novos pontos de prostituição. No caso da Barra da Tijuca, os bairros atingidos serão o Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá.
Ao final da chamada Operação Barrabacana, o subsecretário estadual de governo Rodrigo Bethlem, não só terá fracassado na sua tentativa de "sufocar" a prostituição de rua no bairro, como terá contribuido para gênese de novos pontos de prostituição de rua na cidade, ajudando a espalhar o que ele chama de "desordem urbana", uma vez que esta é apenas a ordem do possível.

Victor Barone é geógrafo, Pós-graduando em Políticas Territoriais no Estado do Rio de Janeiro e pesquisa a prostituição de rua na Barra da Tijuca desde 2002.

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quinta-feira, 18 de setembro de 2008

História das coisas

Desde a Revolução Industrial, a introdução de tecnologias cada vez mais modernas na indústria e na agricultura vem resultando na produção de volumes crescentes de mercadorias e de riquezas. Ao longo deste processo, a sociedade industrial adquiriu uma capacidade inédita de intervir sobre o meio ambiente, modificando-o e deles extraindo o máximo de recursos.
A exploração é cada vez mais veloz, o aproveitamento é cada vez mais fluído e programado e o descarte é cada vez mais inadequado. Fala-se em abandono da Sociedade Industrial, será motivo de Alegria! Sim, as formas alternativas tornaram-se hegemônicas! (...) Triste engano! (...) Não, companheiro! Vemos surgir uma nova fase da sociedade, ainda sem adjetivo, mas que mantêm a mesma proposta, o mesmo discurso e as mesmas práticas, nas quais se percebe o descompromisso com a humanidade e a natureza.
Qual o objetivo destas palavras? A todos e a todas, quero sugerir um pequeno vídeo sobre a produção e consumo dos recursos naturais no mundo contemporâneo. O vídeo é curtinho e bem agradável de assistir. Chama-se “A história das Coisas”, de Anne Leonard. Abaixo, todos podem assistir ou baixá-lo no endereço eletrônico indicado. Por fim, agradeço a Geórgia pela indicação.

Grande abraço, pH.
Google Vídeo:





You Tube - Versão legendada:

Primeira parte:




Segunda Parte:




Terceira Parte:




Este blog é um espaço de divulgação, mas com crítica. Veja o vídeo e tire suas conclusões. Depois discuta aqui!

Para baixá-lo, clique aqui.
...

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domingo, 14 de setembro de 2008

Família e Proteção Social. Um recorte sobre o CRAS/Éden.

Família e Proteção Social. Um recorte sobre o CRAS/Éden.
Autoria de Irene da Silva de Souza

Resumo:
É no contexto em que o trabalho vem diminuindo, a identidade e a noção de pertencimento também, que estudo as relações familiares inserida nesse espaço de precarização do trabalho, onde o Estado torna-se seu principal suporte e sua principal proteção atuando nas falhas da sociabilidade primária e nas lacunas da proteção próxima. No processo de desvio da universalização das Políticas públicas em favor das ações sociais na pobreza extrema, sendo essa a nova tendência neoliberal.
Nessa perspectiva, analiso a atuação do CRAS, Centro de Referência de Assistência Social, como equipamento e serviço de proteção básica, (um para cada 5.000 famílias) referenciado pelos CRAS localizado em território de vulnerabilidade social. Estes Centros têm a função de organizar, coordenar e executar os serviços de proteção básica, sendo considerados aqui serviços de proteção básica de assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência (NOB/2005). È o Sistema Único de Assistência Social, SUAS, implementado em 2005, que normatiza as diretrizes do CRAS. O SUAS representa um avanço, porém introduz conflitos na sua operacionalização, traz uma nova lógica de organização das ações sócio-assistencias, com base no território e foco nas famílias, que é chamada a partilhar, com o Estado, responsabilidades da alçada do poder público. Essa é a análise que pretendo traçar de como as políticas de atendimento do CRAS, em especial o CRAS de Éden, atuam nas relações familiares no âmbito da inclusão, proteção e da representação que esse tem diante das famílias atendidas.

Como citar o texto:
SOUZA, Irene da Silva de. Família e Proteção Social. Um recorte sobre o CRAS/Éden. 2008. Monografia (Bacharelado em Serviço Social), Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2008.

Lembre-se de citar toda e qualquer informação retirada do texto acima.
Texto enviado pela autora em Agosto de 2008.
Boa leitura e até!!!

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Turismo e espaço - e-book

Turismo e Espaço: rumo a um conhecimento transdisciplinar.

Autoria de Adyr Balastreri Rodrigues.

Os ensaios reunidos neste livro foram apresentados em diversos eventos acadêmicos e publicados em livros e periódicos especializados. Estes ensaios abarcam questões relativas a espacialidade do turismo e sua dimensão geográfica. Constitui-se como referência fundamental para estudiosos do turismo de áreas afins como Geografia, Urbanismo e Arquitetura, Sociologia, Economia e Antropologia, além de áreas afins e interessados em geral sobre a temática.



Baixar conhecimento!



Como citar este e-book:
RODRIGUES, A.B. Turismo e Espaço: rumo a um conhecimento transdisciplinar. São Paulo: Hucitec, 1999. 2ª ed.

Disponível em: minervamutante.blogspot.com
Lembre-se sempre de citar as informações coletadas nos e-books.
Somente disponibilizamos as edições esgotadas nas editoras.
Boa leitura, até!!!

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